Entre os dias 12 e 14 de julho, foi realizada a Semana da Engenharia Florestal, evento organizado por docentes, técnicos e alunos do Departamento de Ciências Florestais. A iniciativa foi idealizada com o intuito de disseminar os conhecimentos sobre o papel do Engenheiro Florestal na sociedade, suas áreas de atuação e a importância desse profissional para a economia do país e para a manutenção e equilíbrio dos ecossistemas.

A mesa de abertura contou com a presença do Vice-Reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o professor Rosalvo Ferreira, da Pró-Reitora de Extensão, Sueli Maria, da Diretora do Centro de Ciências Agrárias, Carolina Nunes e dos professores do Departamento de Ciências Florestais, Alessandra Maria Reis e Mário Campos.

Com uma programação pensada especialmente para atingir os calouros de Engenharia Florestal, uma das propostas foi trazer egressos do curso para apresentar as diversas áreas de atuação que o Engenheiro Florestal pode seguir. Através de palestras, minicursos e mesas expostas com produtos e equipamentos que fazem parte da vida do profissional da área, os alunos puderam ter uma noção maior do que vão encontrar durante a sua carreira fora da universidade.

De acordo com Mário Campos, professor do Departamento de Ciências Florestais e coordenador do evento, trazer os relatos de profissionais que atuam nessas diferentes áreas é importante para que o aluno possa identificar em qual delas ele se sente mais confortável em atuar. “Estamos trazendo egressos que estão atuando em empresas reflorestadoras de nível nacional e internacional, além de Engenheiros Florestais que construíram a sua própria empresa e são consultores. Eles foram convidados pelo conhecimento e capacitação que foi absolvida dentro do período do curso e hoje prestam serviços como o registro de áreas agrícolas, fazem o cadastro Rural e outros tipos de atividades”, explica.

A celebração, que teve sua abertura no dia 12/07 (Dia do Engenheiro Florestal), além de apresentar o mercado de trabalho aos alunos, também foi uma comemoração aos 22 anos do curso de Engenharia Florestal da UFS, aos 55 anos da Instituição e uma homenagem aos profissionais da área.

Para Wanessa Gabrielle, aluna do 5° período de Engenharia Florestal e integrante da Florextec (Empresa Júnior do curso de Engenharia Florestal, que ajudou na organização do evento), realizar esse ato nessa data é algo muito significativo. “É para reavivar e trazer o orgulho de ser Engenheiro Florestal. Nesse dia marcante a gente está aqui prestigiando a nossa profissão e trazendo para a sociedade acadêmica a importância do Engenheiro Florestal, que é fundamental para o ecossistema social”, afirma.

A programação também teve uma característica mais voltada para apresentar as tecnologias que fazem parte do dia a dia do Engenheiro Florestal. Pensando nisso, foi ofertado um minicurso de introdução à Linguagem R, uma vertente da programação que traz linguagens mais simples para gerar scripts, e com eles reunir mais informações e ter um banco de dados maior para conseguir destrinchar um produto. Essa foi uma das formas de apresentar e capacitar os alunos para algumas das exigências do mercado.

Alessandra Maria Reis, professora e Chefe Interina do Departamento de Ciências Florestais, acredita que o evento foi realizado em um momento muito oportuno, visto que o setor florestal mundial está em crescente expansão e apresenta um papel muito importante para a economia do país. “O setor Florestal está em destaque no mundo, principalmente aqui no Brasil, que é o maior exportador de celulose do planeta e o segundo maior produtor do material”, explica.

A professora ainda reforça que a programação também divulga a profissão e as suas ações, um ponto que também foi citado pelo professor Mário Campos, que afirma que o Engenheiro Florestal muitas vezes é associado a uma imagem ruim. “Quando a gente fala de Engenheiro Florestal, na grande maioria das vezes, a sociedade por não conhecer a fundo a grade curricular do curso, acha que o Engenheiro Florestal é mais um é desmatador de Florestas, que quer ocupar ou abrir espaço para a monocultura”, relata.

Segundo o professor, esse é um grande equívoco, pois a grande atribuição do profissional é tentar melhorar o aspecto da paisagem na forma de recuperação e restauração de áreas desmatadas ou com intervenções antrópicas, além de também estar envolvido na política e no Código Florestal. “Nós temos hoje, egressos Engenheiros Florestais que fazem parte da força operacional da Polícia Militar do Estado de Sergipe, voltado para o Batalhão ambiental. Assim, ‘mas ele é engenheiro florestal?’ Sim, na grade curricular consta que o Engenheiro Florestal pode trabalhar com a fauna e com a Flora. Então um Engenheiro Florestal, policial da força de Estado, está protegendo a fauna e os animais silvestres”, pontua.

Essa necessidade de divulgação também foi comentado por Daniel Luiz, aluno do 5° período do curso de Engenharia Florestal e membro da Florextec. De acordo com o discente, as pessoas confundem a Engenharia Florestal com a Engenharia Ambiental. “Tem muita diferença. A Engenharia Florestal trabalha com recuperação de áreas degradadas, no desenvolvimento de áreas de proteção permanentes, estuda os tipos de espécie que tem ali no ambiente, com o melhoramento do solo… o Engenheiro Florestal consegue entender os aspectos de um ambiente na sua forma natural, analisá-los e criar um projeto para tornar algo que foi destruído em algo já recuperado ou parcialmente recuperado”, comenta.

Segundo Iasmim Rocha, também aluna do curso, esse tipo de evento deveria ser realizado mais vezes. “Eu acredito que as pessoas que vão assistir, mesmo não sendo do curso ou da área, vão entender o que é que o Engenheiro Florestal faz. Então esse tipo de evento deveria acontecer todo ano para poder aumentar essa visibilidade do curso e melhorar nossa imagem tanto dentro, quanto fora da Universidade, porque vai ser publicado, vai ser mostrado”, conclui.